A crise hídrica e um manual para sobreviver a ela

19/11/2021

Cidades da Região Sudeste, inclusive São Paulo, estão passando por uma grave crise hídrica. Este problema acontece quase todos os anos, mas em 2021 parece ser mais grave, mais complexo e de grandes proporções.

Abaixo citamos alguns fatores combinados na atual situação de escassez que chegamos:

• O planeta passa por mudanças climáticas que incluem o aumento da temperatura e uma maior frequência e intensidade de eventos extremos, como inundações e secas.

• A maior parte da água disponível no país se localiza na Região Norte enquanto a maioria da população se concentra na Região Sudeste.

• Nas últimas décadas as cidades cresceram muito e o consumo por pessoa também.

• Não houve investimento em tecnologias para o uso sustentável dos recursos naturais.

• O desmatamento avançou e as regiões em volta dos mananciais foram degradadas e invadidas, o que impede que a água penetre no solo para abastecer lençóis freáticos, rios e represas.

• Mais de 30% da água distribuída no Brasil é perdida em vazamentos ou desvios, fraudes e irregularidades.

Vale destacar que mesmo com o cenário montado para o desastre, o governo tomou pouquíssimas medidas de precaução e não comunicou aos cidadãos que a situação era crítica. O consumo continuou crescendo e as reservas de água diminuindo. Desta forma, a crise explodiu e poderá demorar vários anos para ser superada.

 

Fazendo as contas

Se o abastecimento fosse interrompido hoje, por quanto tempo sua casa, seu prédio ou sua empresa conseguiriam funcionar? Ou seja, quanto tempo dura a água da sua caixa? Em outras palavras, qual é o seu Período de Autonomia Hídrica (PAH)? Para saber isso, existe uma fórmula simples. Basta dividir a capacidade da caixa d’água pelo consumo médio mensal que você pode verificar na sua conta de água. Acontece que o volume de água apresentado na conta é medido em metros cúbicos (m3) e normalmente sabemos o volume das caixas d’água em litros (L). A conversão de uma medida para outra é fácil: como 1 m3 é igual a 1.000 litros, basta tirar três zeros. Então uma caixa d’água de 500 litros tem ½ m3, uma caixa d’água de 1.000 litros tem 1m3 e uma caixa d’água de 5.000 litros tem 5m3. Agora vem a conta. Se na sua casa tem uma caixa d’água é de 1.000 litros (1m3) e o seu gasto médio mensal é 10 metros cúbicos (m3) ou 10.000 litros, o Período de Autonomia Hídrica (PAH) é igual a 3 dias. Este é o tempo que a sua casa pode ficar sem receber água da rua sem as torneiras secarem.

Para quem mora em apartamento a fórmula é a mesma. Basta dividir o valor total da capacidade das caixas d’água do prédio pelo consumo total de todos os condôminos, conforme vem na conta. O ideal seria cada imóvel ter cerca de 500 litros de reserva por pessoa. Para um grupo de quatro moradores, por exemplo, a caixa d’água precisa ter 2.000 litros.

 

Mas, vamos lá, não adianta só fazer esses cálculos, o problema é que não tem água. Está na hora de modificar os hábitos de consumo.

 

Devemos adotar nova rotina, seja por consciência ou necessidade, mesmo que isso cause desconforto, mesmo que para isso seja preciso tolerar situações que anteriormente talvez não fossem sequer imagináveis. Cada um de nós pode contribuir para ajudar a evitar ou pelo menos adiar o esgotamento dos reservatórios.

Disponibilizamos um MANUAL que é um chamado para a mudança de hábitos: aprender e aplicar novas práticas e sobretudo adotar um estilo de vida realmente sustentável em casa, no emprego, na escola e na comunidade, individual e coletivamente. Nesse momento, cultivar e disseminar a paz é tão importante quanto fazer preparativos comparáveis a uma situação de guerra. Manter a calma, ser solidário e proativo são atitudes essenciais para enfrentar um problema que afeta a todos.

No manual são apresentadas várias sugestões de economia de água em casa e você pode levar as ideias e dicas divulgadas nesta cartilha para seus locais de trabalho e estudo. Além de aderir ao consumo consciente, é importante que cada cidadão participe do debate político visando pressionar os governantes a tomar atitudes adequadas para gerir a crise e construir soluções de curto e longo prazo.

CLIQUE AQUI E ACESSE O MANUAL